quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
?
Na espera faminta, de um corpo cansado, as vestes ficam frouxas pela vida perdida. Como amarras, cadarços rotos. No reflexo sujo a magreza da morte.Somos amostras vulgares de placebos ineficazes.
sábado, 18 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
barcelona...
Num dia como hoje, chuvoso, há anos atrás, eu e uma amiga passageira, dessas pessoas que conhecemos pelo mundo dividimos dias, histórias lembranças e depois nunca mais vimos.Num dia frio em Barcelona eu e Laura , uma adorável dinamarquesa, juntamos nossas moedas e compramos um vinho,um cigarro de 10 unidades e felizes fomos para um pequeno pátio.
Esse pátio, é o patio de uma igreja , e colégio, onde na época da ditadura de Franco fuzilavam prisioneiros. Até hoje as paredes são cravadas de balas. Mais à despeito desse passado recente tão feio, a praça é uma jóia. O pátio é protegido pelas altas paredes da igreja e pequenos prédios, de onde se sai por duas ruas opostas, uma à catedral e outra no labirinto de ruas perto do palácio do governo. San Filipe Neri, é o nome desse cantinho, com uma fonte ao centro jorrando água dia e noite.
Na noite em questão enquanto tomávamos nosso vinho e decorriámos nossas diferentes aventuras pelo mundo afora, um mendigo , cansado, dentro de sua humilde presença foi até a fonte para lavar os pés, a fonte em questão não era uma fonte de água potável, sequer era limpa, mas foi o suficiente pra despertar a reação raivosa de um homem que estava no outro canto da minúscula praça com sua respectiva namorada, ele no mesmo instante começou uma briga com o mendigo por ser absolutamente contra ele estar lavando os pés ali. Bom o mendigo, como bom espanhol, respondeu-lhe com todos os MIERDAS, HIJO DE LA PUTA, COJONES, tudo tudo que um barraco exige.
Bem depois disso e depois da partida do casal ofendido, ele veio até nós, pediu desculpas pelas grosserias que ele havia dito, e se explicou dizendo que já ia se deitar e só estava limpando os pés.Dissemos que não tinha importância, que ele estava certo. Bom o desconcertante foi que aquele mendigo foi até onde ele estava com as suas coisas, seus trapos, voltou com dois pedaços de papelão , limpos, e nos disse:_"Está muito frio, sentem-se aqui", lhe oferecemos vinho, ele respondeu :"_ não obrigado, tenham uma boa noite." E foi se deitar no cantinho do pátio.
E assim eu recebi uma das mais belas lições que a vida me deu, na pele:
QUEM MENOS TEM, MAIS DIVIDE.
Esse pátio, é o patio de uma igreja , e colégio, onde na época da ditadura de Franco fuzilavam prisioneiros. Até hoje as paredes são cravadas de balas. Mais à despeito desse passado recente tão feio, a praça é uma jóia. O pátio é protegido pelas altas paredes da igreja e pequenos prédios, de onde se sai por duas ruas opostas, uma à catedral e outra no labirinto de ruas perto do palácio do governo. San Filipe Neri, é o nome desse cantinho, com uma fonte ao centro jorrando água dia e noite.
Na noite em questão enquanto tomávamos nosso vinho e decorriámos nossas diferentes aventuras pelo mundo afora, um mendigo , cansado, dentro de sua humilde presença foi até a fonte para lavar os pés, a fonte em questão não era uma fonte de água potável, sequer era limpa, mas foi o suficiente pra despertar a reação raivosa de um homem que estava no outro canto da minúscula praça com sua respectiva namorada, ele no mesmo instante começou uma briga com o mendigo por ser absolutamente contra ele estar lavando os pés ali. Bom o mendigo, como bom espanhol, respondeu-lhe com todos os MIERDAS, HIJO DE LA PUTA, COJONES, tudo tudo que um barraco exige.
Bem depois disso e depois da partida do casal ofendido, ele veio até nós, pediu desculpas pelas grosserias que ele havia dito, e se explicou dizendo que já ia se deitar e só estava limpando os pés.Dissemos que não tinha importância, que ele estava certo. Bom o desconcertante foi que aquele mendigo foi até onde ele estava com as suas coisas, seus trapos, voltou com dois pedaços de papelão , limpos, e nos disse:_"Está muito frio, sentem-se aqui", lhe oferecemos vinho, ele respondeu :"_ não obrigado, tenham uma boa noite." E foi se deitar no cantinho do pátio.
E assim eu recebi uma das mais belas lições que a vida me deu, na pele:
QUEM MENOS TEM, MAIS DIVIDE.
domingo, 28 de novembro de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
Estigma
Muitas vezes o carrasco que nos executa, é nossa própria índole.
Alguma dessas vezes o julgamento e sentença parte de quem amamos e nessas situações em especial,
a o caráter sujo, vem à tona e destrói.
Corrói em velocidade espantosa, cataclísmica tudo. Absolutamente tudo que julgamos sólido, intocado. Na sacra tentativa de matar uma promiscuidade, inerente,
A sensação de "sujo" se torna um fardo pesado. Uma sina.
Uma sentença de morte lenta.Abrasiva. Ácida. De tristes cores desgastadas.
E se dermos um nome pra isso , temos que nos deparar com a malfadada Culpa.
Onde cada ato pode ser a teu favor, numa cena onde a honra está sendo assassinada, por um fraco.
Um ... um monstro, mais humano que qualquer um.
Por ser , e ser , somente erro...
Redundância, infame.
Culpa, onde o DES não cabe
Onde o DES, não Desfaz.
Onde um mínimo ato ou olhar pode te colocar no teu devido lugar , imundo e pernicioso.
De onde , por pura vergonha, não temos nem sequer coragem de sair, muito menos de levantar o olhar e Mostrar tua verdadeira face.
Teu sentimento, vulnerabilidade, e dignidade inexistente.
Esse perdão não é a ti que peço.
É à mim. E não me concedo. não me permito.
Percebo que meus atos contra ti, foram mais drásticos em mim.
Justo, os causei.
Espero poder pagar a dívida que contraí.
Limpar um pouco da porcaria que fiz, mesmo sabendo que depois disso terei de reconstruir tudo de novo, sobre uma estrutura trincada pela minha própria instabilidade.
Não mais cantarei as minhas Glórias,
elas trazem um peso de vergonha.
Perdão.
À mim.
Por mim.
Para mim.
Por ti.
Alguma dessas vezes o julgamento e sentença parte de quem amamos e nessas situações em especial,
a o caráter sujo, vem à tona e destrói.
Corrói em velocidade espantosa, cataclísmica tudo. Absolutamente tudo que julgamos sólido, intocado. Na sacra tentativa de matar uma promiscuidade, inerente,
A sensação de "sujo" se torna um fardo pesado. Uma sina.
Uma sentença de morte lenta.Abrasiva. Ácida. De tristes cores desgastadas.
E se dermos um nome pra isso , temos que nos deparar com a malfadada Culpa.
Onde cada ato pode ser a teu favor, numa cena onde a honra está sendo assassinada, por um fraco.
Um ... um monstro, mais humano que qualquer um.
Por ser , e ser , somente erro...
Redundância, infame.
Culpa, onde o DES não cabe
Onde o DES, não Desfaz.
Onde um mínimo ato ou olhar pode te colocar no teu devido lugar , imundo e pernicioso.
De onde , por pura vergonha, não temos nem sequer coragem de sair, muito menos de levantar o olhar e Mostrar tua verdadeira face.
Teu sentimento, vulnerabilidade, e dignidade inexistente.
Esse perdão não é a ti que peço.
É à mim. E não me concedo. não me permito.
Percebo que meus atos contra ti, foram mais drásticos em mim.
Justo, os causei.
Espero poder pagar a dívida que contraí.
Limpar um pouco da porcaria que fiz, mesmo sabendo que depois disso terei de reconstruir tudo de novo, sobre uma estrutura trincada pela minha própria instabilidade.
Não mais cantarei as minhas Glórias,
elas trazem um peso de vergonha.
Perdão.
À mim.
Por mim.
Para mim.
Por ti.
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